Faz mó tempão que não posto nada aqui. Não foi por não achar erros, é claro. São cada vez em maior número, tanto os velhos como os novos. Há erros antigos, instalados, sempre repetidos, e há erros novinhos, que estão entrando agora no repertório dos brasileiros. Os jornalistas deveriam estar infensos a eles, mas não. Alas, assim é que a língua evolui, inculta e bela.
Hoje escrevo para elogiar uma matéria publicada no Domingo (ontem), no Caderno Economia, assinada por Renée Pereira e David Friedlander. Ótima. Em geral, quando algo está muito bem escrito, mas sem pedantismo, não se nota a qualidade do texto. O que me chamou a atenção foi justamente isso.
Tem coloquialismos como "o valor mais razoável da obra", com "razoável" sendo usado no sentido que lhe demos e que não tem. Mas coloquialismo não é pecado. É até qualidade positiva, como em "Só que o governo pediu", em vez de "Porém o governo pediu". Perfeito. Travessões bem usados, "porque"s nos lugares certos, evitando o nefasto, medonho "por conta de"... Que também foi evitado em "por causa dos atrasos".
Tenho uma única ressalva, no último parágrafo, um "de que" onde deveria haver, mais logicamente, um "que". Mas, meu, sabe lá o que é escrever matérias para jornal? Errinhos escapam. Errinho-que-escapou não conta. O terrível são os outros erros.
Os erros do Estadão
Olha, sou fã do Estadão, tá? Por isso quero que seja cada dia melhor. Não é que eu ande por aí procurando erros. É que eles me cutucam, me puxam a barra da saia, são uns exibidos.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
quarta-feira, 7 de março de 2012
página qual? (caderno Esportes)
Raridade: erro na indicação da página.
Na capa do caderno Esportes, hoje, com o título de Panos quentes, há uma chamada para matéria sobre a querela entre o Brasil e a Fifa por causa da expressão "kick their asses", dita por Jerôme Valcke. A página indicada é a 4.
De fato, a matéria está na pg 6.
Na capa do caderno Esportes, hoje, com o título de Panos quentes, há uma chamada para matéria sobre a querela entre o Brasil e a Fifa por causa da expressão "kick their asses", dita por Jerôme Valcke. A página indicada é a 4.
De fato, a matéria está na pg 6.
sexta-feira, 2 de março de 2012
à conclusão de que
Ai, que bom, hoje o Luiz Carlos Merten escreveu "chegaria à conclusão de que"! ... Depois de dias lendo "chegou à conclusão que", pensei que eu é que esstivesse errada...!
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,coisas-divertidas-num-conjunto-que-deixa-a-desejar,842824,0.htm
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,coisas-divertidas-num-conjunto-que-deixa-a-desejar,842824,0.htm
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Risco de quê?!
Esta é nova! O pessoal erra muito falando em "risco de morte". Mas digamos que estejam certos. Digamos que a incongruente expressão "risco de vida" é que seja tão... incongruente... que se justifique falar em "risco de morte". Mas esta aqui de hoje não tem salvação: " travessia pela floresta, com risco de saúde e morte." Cuma?
Afinal... o cara corre risco de morrer ou de ficar saudável? Se eu tivesse que sentar ao lado de quem escreveu isso e explicar por que razão é um absurdo, não saberia nem por onde começar.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,apos-nova-regra-brasil-so-concede-30-da-cota-de-vistos-a-haitianos,842150,0.htm
Afinal... o cara corre risco de morrer ou de ficar saudável? Se eu tivesse que sentar ao lado de quem escreveu isso e explicar por que razão é um absurdo, não saberia nem por onde começar.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,apos-nova-regra-brasil-so-concede-30-da-cota-de-vistos-a-haitianos,842150,0.htm
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Foi pressa?
Né que esteja "errado". É mera questão de elegância estilística. Como é que um enviado especial pode dar tão pouca atenção ao texto para cuja produção foi especialmente enviado? Não falo de coisas como a frase sublinhada. Esta comento mais abaixo. Falo das repetições destacadas em amarelo: :
Quanto à frase sublinhada, vejamos:
O "durante do reinado" é o de menos, é um erro que qualquer pessoa poderia perpetrar, principalmente se tem pressa para entregar o texto. Mas a falta da vírgula depois da data é mais difícil de relevar.
A matéria foi assinada por Andrei Netto, enviado especial a Atenas.
A Faculdade de Direito, fundada em 1873 durante do reinado de Otto, é uma das mais tradicionais do país, junto com as faculdades de Teologia, de Medicina e de Filosofia. É considerada na Grécia como uma das formadoras da elite intelectual do país, assim como parte de seus quadros dirigentes. Desde sua criação, também é considerada um dos núcleos do pensamento político do país, tendo contribuído para a organização do moderno Estado grego.Este artigo tem uma porção de coisas assim... Que não são propriamente erros, mas são 'feias' de se ler.
Quanto à frase sublinhada, vejamos:
"A Faculdade de Direito, fundada em 1873 durante do reinado de Otto, é uma das mais tradicionais do país"
O "durante do reinado" é o de menos, é um erro que qualquer pessoa poderia perpetrar, principalmente se tem pressa para entregar o texto. Mas a falta da vírgula depois da data é mais difícil de relevar.
A matéria foi assinada por Andrei Netto, enviado especial a Atenas.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
O sujeito, o verbo e a vírgula
Legenda sob a foto do carro alegórico com a Igreja da Imperatriz, na última página do caderno Metrópole:
"Quem assistir" é o sujeito desta frase. Portanto, não deve ser separado por vírgula do verbo "notará".
A frase correta é:
Quem assistir notará as mesmas imagens e os mesmos cartões postais.
Você pode falar fazendo uma pausa depois do sujeito... é uma questão de inflexão, de entonação. MAS não pode seguir aqui a regra (errada) que se ensina nas escolas, de sapecar uma vírgula a cada pausa.
"Quem assistir" é o sujeito desta frase. Portanto, não deve ser separado por vírgula do verbo "notará".
A frase correta é:
Quem assistir notará as mesmas imagens e os mesmos cartões postais.
Você pode falar fazendo uma pausa depois do sujeito... é uma questão de inflexão, de entonação. MAS não pode seguir aqui a regra (errada) que se ensina nas escolas, de sapecar uma vírgula a cada pausa.
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