segunda-feira, 27 de maio de 2013

Transnordestina

Faz mó tempão que não posto nada aqui. Não foi por não achar erros, é claro. São cada vez em maior número, tanto os velhos como os novos. Há erros antigos, instalados, sempre repetidos, e há erros novinhos, que estão entrando agora no repertório dos brasileiros. Os jornalistas deveriam estar infensos a eles, mas não. Alas, assim é que a língua evolui, inculta e bela. 

 Hoje escrevo para elogiar uma matéria publicada no Domingo (ontem), no Caderno Economia, assinada por Renée Pereira e David Friedlander. Ótima. Em geral, quando algo está muito bem escrito, mas sem pedantismo, não se nota a qualidade do texto. O que me chamou a atenção foi justamente isso. 

 Tem coloquialismos como "o valor mais razoável da obra", com "razoável" sendo usado no sentido que lhe demos e que não tem. Mas coloquialismo não é pecado. É até qualidade positiva, como em "Só que o governo pediu", em vez de "Porém o governo pediu". Perfeito. Travessões bem usados, "porque"s nos lugares certos, evitando o nefasto, medonho "por conta de"... Que também foi evitado em "por causa dos atrasos". Tenho uma única ressalva, no último parágrafo, um "de que" onde deveria haver, mais logicamente, um "que". Mas, meu, sabe lá o que é escrever matérias para jornal? Errinhos escapam. Errinho-que-escapou não conta. O terrível são os outros erros.